A Substância (The Substance) é um filme de terror dirigido pela cineasta sa Coralie Fargeat (Vingança), vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes 2024. O filme se inspira na premissa de O Retrato de Dorian Gray, o clássico romance de Oscar Wilde, mas a utiliza para comentar questões como o etarismo, os padrões de beleza e a dismorfia corporal, especificamente no contexto das mulheres Hollywood. A trama segue Elisabeth (Demi Moore), uma atriz de sucesso que, nos últimos anos de sua carreira, se tornou apresentadora de um programa de televisão de fitness. Isso até que um executivo do estúdio (Dennis Quaid, em uma caricatura grotesca de Harvey Weinstein) decide que ela já está velha demais para isso e encerra seu contrato. Desesperada, Elisabeth recorre ao misterioso fármaco do título para "ativar" uma versão mais jovem e aprimorada de si mesma, "Sue" (Margaret Qualley). Ambas as mulheres devem manter um delicado equilíbrio de sete dias, que começa a se romper quando Sue alcança o sucesso e começa a sentir Elisabeth como um estorvo. Com ondas de sangue, mutilações, pus e outros fluidos corporais que não chegam a ser descritas em palavras, A Substância é uma sátira delirante e engenhosa da frivolidade arbitrária, mas também predatória e exploradora, com a qual os meios de comunicação impõem padrões de beleza inatingíveis e os perpetuam. Ao mesmo tempo, é uma representação acertada dos extremos autodestrutivos aos quais muitas mulheres estão dispostas a submeter seus corpos e autoestimas para se encaixar no sistema e seguir o jogo. Independentemente das conclusões, uma coisa é certa: vai ar por todas as emoções e terá um tempo incrível... se as náuseas não derrotarem você no meio do caminho.
Em termos muito simples, a produção argentina 'O Mal Que Nos Habita' (‘Cuando acecha la maldad’), do diretor Demián Rugna (Aterrados), é um dos filmes de terror mais perturbadores dos últimos anos. E não apenas pela brutal violência física que representa na tela - e há de sobra -, mas porque o que a motiva é ainda mais impactante e desolador. A história se a em um remoto vilarejo rural na Argentina, onde dois irmãos descobrem a existência de um "encarnado": uma pessoa cujo corpo foi possuído por um mal parasitário que busca se alimentar dele para "nascer". As tentativas de se livrar do encarnado desencadeiam uma calamidade na cidade, revelando o pior do espírito humano na comunidade. Um filme inspirado no contexto local da Argentina, mas que é universal em sua crueldade, egoísmo e intolerância apresentados na tela. Leia mais na nossa crítica completa de 'O Mal Que Nos Habita'.
Eu Vi o Brilho da TV (I Saw the TV Glow) só pode ser descrita como uma experiência hipnótica, ao mesmo tempo emotiva, estranha e perturbadora, de uma forma que só poderia se assemelhar ao cinema de David Lynch. O filme, estrelado por Justice Smith (melhores filmes de terror de 2024 até agora.
Abigail é a prova de que devemos ficar de olho na dupla de diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, especialmente quando possuem material original em mãos (eles também dirigiram Pânico 5 e 6, com resultados variados). Abigail é um filme que consegue equilibrar o terror e a tragédia de seus personagens com o absurdo de sua premissa, graças a um roteiro inteligente que brinca com as convenções da literatura vampírica, uma direção cuidadosa e um elenco fenomenal (liderado pela mexicana Melissa Barrera e por Dan Stevens) que aproveita ao máximo seus papéis. A trama segue um grupo de sequestradores encarregados de executar um trabalho delicado: sequestrar a filha de um milionário para pedir resgate. No entanto, tudo se revela uma armadilha: sob a aparência de uma menina de 12 anos, a vítima é, na realidade, uma vampira ancestral que gosta de brincar com sua comida. Assim como Casamento Sangrento (Ready or Not) em seu tempo, este é um filme autoconsciente, levando sua história e violência aos limites mais absurdos e divertidos sem cair na autoparódia. Não mudará a história do cinema de terror, mas é uma excelente opção (e até elegante para um filme do gênero, eu diria) para se divertir no cinema com amigos.