Um dos filmes mais legais e sinceros de 2020, ‘Yes, God, Yes’ começa a provocar já pelo título. Afinal, o longa-metragem de apenas 78 minutos acerta em cheio ao contar a história de uma garota que está descobrindo sua sexualidade. No entanto, o lugar para isso aparentemente não poderia ser pior: um retiro religioso para adolescentes. Aos poucos, no entanto, a diretora estreante e roteirista Karen Maine vai acrescentando pequenas tiradas saborosas na trama, mostrando como a sexualidade acaba afetando todos, em diferentes níveis e intensidades. Destaque para a protagonista Natalia Dyer (‘Stranger Things’), que encara com naturalidade esse papel tão típico do cinema americano independente.
Filmes sobre as Grandes Guerras são bem comuns no cinema e, grande parte deles, são bem densos, e difíceis de ver. Em ‘O Menino e a Guerra’ acompanhamos uma história baseada no livro ‘Waiting For Anya’, de Michael Morpurgo, que apesar de dura é bem bonita e esperançosa. Noah Schnapp, o Will de ‘Stranger Things’, e Anjelica Houston estrelam esta produção de época. Com uma bela cinematografia, atuações sensíveis e uma trilha sonora muito emocionante, este é um filme sobre uma parte de uma história que já conhecemos que vale a pena revisitar. Não só por trazer uma narrativa pouco conhecida, quanto pela força do roteiro.
As histórias de Sherlock Holmes são conhecidas e adaptadas para TV e cinema há décadas. Desta vez vamos conhecer outra brilhante personagem do mesmo universo: a irmã mais nova do personagem, que também é detetive. Enola Holmes não foi criada por Sir Arthur Conan Doyle, mas sim pela escritora Nancy Springer, que se baseou nas obras do famoso autor. Ao ver o filme, não há dúvida que só uma mulher poderia ter feito essa narrativa, que aborda emancipação feminina da forma mais bem construída possível. O diretor Harry Bradbeer, que dirigiu quase todos os episódios de Fleabag, fez um ótimo trabalho ao adaptar o primeiro livro de Springer. Ele também usou de alguns artifícios conhecidos pelo público da série criada por Phoebe Waller-Bridge, que deixaram a personagem de Enola ainda mais intrigante. Não só isso, Bradbeer conseguiu construir uma trama envolvente e que o principal foco é a ascensão do feminismo. Enola Holmes é uma produção que consegue cativar tanto pela trama, quanto pela brilhante atuação de Millie Bobby Brown - que já tinha mostrado seu talento em Stranger Things. O filme é divertido e atual (mesmo que se e no século XIX), com elenco diverso e que consegue te prender facilmente por duas horas.
A icônica franquia dos anos 1980 está de volta com força total, reanimada com um filme que é uma sequência direta aos originais e que, ao mesmo tempo, funciona de maneira solo, possibilitando novos espectadores de conhecerem o universo dos caça-fantasmas. A direção e o roteiro do filme são assinados por Jason Reitman ('Juno', 'Refém da Paixão'), filho do diretor original Ivan Reitman, o que confere ao trabalho características notáveis e uma aura dotada de pessoalidade e paixão, já que 'Ghostbusters' esteve presente na vida do diretor desde sempre. As referências aos originais aparecem sem parar, mas inseridas com significado e devoção, reverenciando todo o material original, ao mesmo tempo em que o elenco mirim abre as portas para um novo futuro da franquia. Mckeena Grace (‘Um Laço de Amor’) é o grande destaque, conduzindo o longa-metragem com curiosidade e animação. Os efeitos especiais enchem os olhos, e tanto a fotografia quanto o design de produção são excepcionais. ‘Ghostbusters: Além da Vida’ é uma aventura intensa e divertida sobre amadurecimento, com muito coração envolvido.