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'Pig': Como a busca por uma porca se transforma em uma fábula sobre o luto 3935p
Na história de 'Pig', que acaba de chegar ao Telecine, o personagem de Nicolas Cage faz de tudo para recuperar sua porca
Matheus Mans | 07/01/2022 às 15:10 - Atualizado em: 08/01/2022 às 20:01
É interessante, e até mesmo um tanto provocador, como o cineasta Michael Sarnoski (da série 'Olympia') emula 'que chega ao Telecine nesta secta-feira, 7, começa com Rob (Nicolas Cage), um homem comum que vê sua porca caçadora de trufas ser roubada à luz do dia.
Assim, logo de cara, qualquer pessoa que assistiu ao filme com Keanu Reeves vai somar dois mais dois e pensar: quando é que começa a pancadaria? Até mesmo o péssimo subtítulo brasileiro do filme indica que haverá vingança no processo. E o cinema, nos últimos anos, nos acostumou que violência é a resposta. 'John Wick', 'Coringa'.

Só que assim como David Lowery sacudiu os filmes de fantasmas em 'O Cavaleiro Verde', Sarnoski não deixa pedra sobre pedra quando pensamos em filmes sobre vingança. Rob é pacífico, até mesmo ivo.
A violência não está no coração dessa busca, mas sim a memória e o ado.
Processo de luto em 'Pig' 1a3g28
A partir disso, a história vai se desenrolando de uma maneira pouco usual. Rob começa a visitar pessoas que fizeram parte de seu ado para tentar descobrir quem sequestrou a porca e, principalmente, o que quer. Como Sancho Pança, o personagem de Alex Wolff surgem como a figura nas sombras que apoia o protagonista sem razão de ser.
A grande sacada de 'Pig: A Vingança', porém, está no fato de que tudo não a de uma fábula sobre o luto. Sem dar muitos detalhes para não estragar a experiência, Rob está ando por esse processo e a porca, de uma maneira similar ao que acontece com John Wick, serve como elo entre o personagem do presente com o que há no ado.
Destruir esse elo, representando a figura narrativa de matar ou sumir com a porca, é também colocar ou acelerar esse processo de dor e sofrimento. O que há para além do luto, afinal de contas? Essa pergunta surge em formato de pânico no olhar de Cage. Ele não pode -- ou não quer? -- enfrentar o que está para além do fim desse longo processo.
É aí que vem a grande provocação de Sarnoski em 'Pig: A Vingança': ele não acha que a violência é uma resposta natural ao rompimento do luto, mas sim mais sentimento, mais emoção. Rob, quando confrontado, mostra aos inimigos memórias. Uma cena específica, de memória gustativa, é forte. Uma memória vale mais do que um soco.
Sarnoski, porém, não desdenha do luto de John Wick ao trazer essa narrativa desconstruída para o centro de sua história. Ele desdenha, na verdade, em como o luto é deixado de lado. Afinal, o personagem de Wolff e do pai servem, principalmente, para mostrar que um processo de luto nunca é o mesmo. Cada pessoa sofre de um jeito.
E ainda temos Nicolas Cage 621j3v
A cereja do bolo de 'Pig: A Vingança' é a atuação certeira de Nicolas Cage. Astro muito desvalorizado nos últimos anos por conta de projetos furados, o ator entendeu completamente o que é o filme e o que é seu personagem. Não há tentativas de fazer algo fantasioso ou colocar firulas na dor de Rob: tudo é muito real e mundano; até mesmo a sujeira.
Rob, afinal, não liga de sair andando por aí ensanguentado, sujo, maltrapilho. Ele precisa voltar ao seu luto. Por isso é tão importante uma sequência final, quando ele conversa com o personagem de Wolff e percebe o processo que ou ao procurar sua porca. Há afeição pelo animal, claro, mas há ainda mais preocupação com o que representa.
'Pig: A Vingança', assim, não tem nada de vingança de verdade. O longa-metragem é, na verdade, uma pérola sobre a redescoberta. Da vida, do sentimento, do dia que insiste em nascer lá fora. E qual o problema desse luto acontecer por meio de uma porca, de um sabor de comida, de um cheiro ou até mesmo, depois dessa experiência, de um filme?
Quer mais motivos para ver 'Pig', além do link para assistir ao longa no Telecine? Clique aqui! 5a3v21

Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.

Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.
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