O longa Meu Bolo Favorito, escrito e dirigido por Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha, aborda o desejo de conexão humana entre duas pessoas solitárias em um contexto onde seus anseios são vistos como imorais. No filme, acompanhamos Mahin (Lili Farhadpour), uma viúva que vive sozinha em Teerã. Ao se abrir para um novo amor, ela conhece o taxista Faramarz (Esmaeel Mehrabi), que também compartilha da mesma solidão. Meu Bolo Favorito foca na vida interna de seus protagonistas, sem deixar de lado a política do país. O filme enfrentou dificuldades de exibição devido ao seu conteúdo, mas, mesmo assim, levou dois prêmios no Festival de Berlim em 2024. Com muita delicadeza e carisma dos dois personagens, somos conduzidos a um encontro inesquecível e imprevisível, que nos faz refletir e nos apaixonar pelos acasos da vida. O mais bonito de tudo é reconhecer que o amor pode "fermentar" em qualquer idade.
The Seed of the Sacred Fig - Irã entre o patriarcado e revoltas femininas. Os protestos contra a morte de Mahsa Amini sob custódia policial, depois de ela ser presa por usar o hijab de maneira incorreta, são vistos aqui sob o ponto de vista de uma família. Iman (Misagh Zare) acaba de ser promovido a juiz investigador da Corte da Guarda Revolucionária quando a revolta feminina explode no país. Suas filhas, Rezvan (Mahsa Rostami) e Sana (Setareh Maleki), juntam-se às outras mulheres, enquanto a mãe, Najmeh (Soheila Golestani), tenta manter a paz em casa. Leia a matéria completa.
Asghar Farhadi é um dos mais interessantes dramaturgos da atualidade, e para quem está familiarizado com o seu trabalho em filmes como 'Uma Separação' ou 'O Apartamento', pode saber exatamente o que esperar. Isso porque Farhadi trabalha a narrativa de seus filmes de uma maneira muito particular, que é excepcional: ele oferece um dilema moral de solução aparentemente simples, mas compõe o desenvolvimento deste com reviravoltas, diferentes pontos de vista e uma variedade de personagens cuidadosamente escritos, repletos de profundidade e ambiguidade, representações humanas e verdadeiras que não podem ter sua moral definida de forma simplória. Assim, nosso protagonista se envolve em uma espiral de acontecimentos que nos faz questionar nossos valores e conceitos do que é certo e errado incontáveis vezes, sem entregar uma resposta fácil. A beleza de 'Um Herói' jaz justamente em sua composição, que é crua e honesta. Todos os personagens são compreensíveis, e todos os dilemas são relacionáveis. O trabalho sobre o drama é composto de maneira magistral e com uma linguagem universal, que dialoga diretamente com qualquer espectador. Uma aula de linguagem cinematográfica, do poder do uso da imagem e forma narrativa para construir um drama social potente e profundamente humanizado. Clique aqui para ler a crítica completa.
Jafar Panahi é um diretor banido em sua própria terra natal, mas que usa como ninguém essa limitação para fazer um filme que não é um filme. É muito além disso: um retrato de uma sociedade.
O filme traz um importante olhar para o Irã moderno, principalmente sobre a questão da mulher na sociedade, a separação e as paixões. Uma obra importante para conhecer uma realidade bem diferente da nossa - ainda que traga alguns paralelos.